Um Mês Após o Impulso da Blockchain na China: Políticas, Patentes e os Perigos do Hype

A Avalanche de Políticas
Quando o Politburo chinês chamou a blockchain de “prioridade estratégica” em 24 de outubro de 2019, poucos esperavam que a máquina burocrática se movesse tão rápido. Em 30 dias:
- Guangdong integrou-a na logística da Grande Área da Baía
- Yunnan implantou-a para cadeias de suprimentos de chá Pu’er
- Chongqing lançou um parque de inovação de US$ 1,4 bilhão
A ironia? Essa mobilização centralizada lembra… bem, uma blockchain centralizada. Como alguém que analisa redes descentralizadas diariamente, acho a abordagem de Pequim fascinantemente contraditória.
Em Números
Métrica | Valor | Ranking Global |
---|---|---|
Patentes blockchain | 12.909 | #1 (53,6%) |
Empresas “blockchain” | >30.000 | N/A |
Patentes Alibaba | 1.137 | Líder mundial |
Minha análise revela que apenas ~15% dessas empresas têm casos de uso operacionais além de comunicados à imprensa. O resto? Aproveitando o ciclo do hype.
O Equilíbrio Regulatório
A postura de Pequim é esquizofrênica, mas previsível:
✅ Incentivado: Blockchain empresarial para:
- Liberação alfandegária (reduzido de 7 dias para 1 hora em Shenzhen)
- Compartilhamento de registros médicos
- Prevenção de fraudes fiscais
❌ Esmagado: Qualquer coisa com cheiro de especulação em cripto:
- 21 exchanges fechadas apenas em novembro
- WeChat baniu 300+ contas de “moedas fraudulentas”
Dica para investidores: Quando a mídia estatal publica manchetes como “Blockchain Não é Bitcoin”, ajuste seus modelos de risco.
Onde Está o Valor Real?
Os pontos mais brilhantes não estão em startups chamativas, mas em infraestrutura:
- Ant Group: Plataforma comercial transnacional processou US$ 14 bi em 2020
- State Grid: Usa blockchain para autenticar certificados de energia renovável
- Suprema Corte: Adotou blockchain para preservação de evidências digitais
Minha previsão? O futuro da blockchain na China não são unicórnios DeFi—é a digitalização industrial com supervisão do Partido Comunista.